Entrevista

'O restaurante popular é prioridade absoluta', garante prefeito

Pâmela Rubin Matge


Em entrevista ao Diário, na última quinta-feira, o prefeito Jorge Pozzobom (PSDB) afirmou o compromisso em reabrir o Restaurante Popular. Creditou à burocracia o motivo da demora para reabertura, bem como sua preocupação com a segurança do espaço e novas propostas relativas ao valor do almoço. Entre elas, a gratuidade. Contudo, não deu previsão de prazos, se será ainda em 2019 ou em 2020 que o local voltará finalmente a funcionar. 

Diário de Santa Maria - Por que o Restaurante Popular ainda não foi reaberto?
Jorge Pozzobom - O maior inimigo que tenho dentro da prefeitura é a burocracia. Com o restaurante, houve demora das panelas de pressão (conserto), três licitações desertas e, depois, foi feita uma dispensa de licitação, e 10 empresas foram contatadas, mas nenhuma quis participar. O PPCI ficou pronto somente no final do ano passado. Eu era secretário de Assistência Social (em 2009) quando explodiu uma panela e queimou aquela senhora. E temos a Boate Kiss que maculou Santa Maria. Não abro mão da segurança. Depois, minha indignação é com a burocracia da Lei de Licitações, a Lei 8.666/93. 

De quem come a quem fornece o alimento: o impacto dos três anos sem restaurante Popular em Santa Maria

Diário
- Mas são quase três anos. Não é muita demora? 
Pozzobom - Estou te falando sobre o período da minha gestão, de dois anos. O PPCI não depende de licitação, mas demorou para ficar pronto. Queremos abrir o mais rápido possível. Pretendo aumentar a participação da agricultura familiar nos alimentos adquiridos pelo poder público para o restaurante. Também tivemos dois vendavais que destruíram o telhado do prédio. Isto deve ser levado em conta. 

Diário - E há algum prazo para essa reabertura? 
Pozzobom - Não posso dar prazo. Temos que abrir a licitação para a empresa gestora. E se a licitação for deserta? E se ninguém vir? As empresas querem lucro, no mínimo, para fazer a manutenção do espaço. 

Diário - No começo do governo, o senhor assumiu a pasta de Saúde, que sempre foi sua principal bandeira, e o Restaurante Popular é também uma questão de saúde pública. Quais são as suas prioridades neste terceiro ano governo? Poderia citar duas? 
Pozzobom - São muitas, não tenho como dizer todas de um governo inteiro. A recuperação asfáltica é uma, mas, dentro do Desenvolvimento Social, a abertura do Restaurante Popular é prioridade absoluta. 

Diário - O senhor cogitou construir um Restaurante Popular longe do Centro. Ainda sustenta essa ideia? 
Pozzobom - O ministro Osmar Terra me mostrou, tecnicamente, que as tentativas de abrir outros restaurantes populares nunca deram certo. A sugestão que ele me deu foi abrir cozinhas comunitárias. A possibilidade de abrirmos outro restaurante está totalmente descartada. Ele vai permanecer no mesmo local.  

Diário - O Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) vem tendo decréscimos sensíveis na verba federal que é repassada aos municípios. Em 2016 eram R$ 16 milhões, em 2018, R$ 1 milhão e em 2019, R$ 300 mil. Como a prefeitura vai suprir essa diferença? 
Pozzobom - Vamos ter que nos virar. Quando fui secretário fui almoçar no Restaurante Popular. É justo que eu pague a mesma coisa que pessoas em vulnerabilidade social? Tem pessoas que podem pagar R$ 20. Outras, cadastradas do Sistema Universal de Assistência Social (Suas) poderiam pagar R$ 2 ou R$ 3 e, outras, nem pagar. Tinha quem utilizava sem precisar. Em um primeiro momento, o dinheiro para manter o restaurante vai sair dos recursos livres do município. Antes, temos que saber qual é a empresa que vai administrar, se vai ser possível aumentar a participação da agricultura familiar, quantos serão atendidos. Nosso projeto é a cidade cuidando das pessoas. Defendo que moradores de rua, índios e os idosos que estejam registrados no Cadastro Único não paguem nada. 

Diário - Quanto o Restaurante Popular custava para a prefeitura?
Jorge Pozzobom - Não sei te precisar este valor. Posso te dizer que vamos resolver questões históricas de Santa Maria. Trabalhamos para cuidar de quem mais precisa. Vamos entregar o Bombril depois de oito anos, solucionar a questão do prédio da Avenida Rio Branco e vamos reabrir o Restaurante Popular, tudo isso é determinante. Mas não quero terminar o governo sendo um dos prefeitos que mais deve para o Tribunal de Contas.

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Colégio Militar de Santa Maria reforça segurança após mensagem de aluno na internet Anterior

Colégio Militar de Santa Maria reforça segurança após mensagem de aluno na internet

'Quando eu vi o carro vindo, pensei: ele não vai parar' diz pedestre que escapou de acidente na Vale com a Floriano Próximo

'Quando eu vi o carro vindo, pensei: ele não vai parar' diz pedestre que escapou de acidente na Vale com a Floriano

Geral